A implementação definitiva das duplicatas escriturais no Brasil representa uma mudança significativa na forma como as empresas gerenciam seus títulos de crédito e integram informações financeiras com o mercado. Com previsão de adoção massiva a partir de 2025 e consolidação em 2026, as companhias precisam revisar seus processos de contas a pagar, compliance e relacionamento com fornecedores para garantir segurança, rastreabilidade e adequação regulatória.
A duplicata escritural é a versão digital da tradicional duplicata, registrada em entidades autorizadas pelo Banco Central, como registradoras e câmaras de liquidação. Com isso, elimina-se a emissão em papel ou em sistemas isolados, garantindo maior transparência e segurança para compradores, fornecedores e instituições financeiras.
O que muda com a duplicata escritural
A obrigatoriedade do registro da duplicata escritural visa padronizar e digitalizar o mercado de recebíveis, criando um ecossistema mais seguro, rastreável e auditável. Entre os principais impactos estão:
- Aumento da visibilidade sobre os títulos emitidos contra o CNPJ da empresa;
- Redução de riscos de fraudes e cobranças indevidas;
- Facilitação do acesso ao crédito para fornecedores;
- Exigência de integração com plataformas de registro e ERPs;
- Maior papel da área fiscal e de contas a pagar na conferência e validação dos documentos.
Os riscos de não se adaptar
Empresas que ainda não estruturaram um processo de gestão das duplicatas escriturais correm riscos como:
- Pagamentos duplicados ou indevidos;
- Títulos desconhecidos em aberto contra seu CNPJ;
- Dificuldade em auditar as obrigações e exposição ao risco regulatório;
- Perda de eficiência operacional e retrabalho nas conferências.
Como se preparar de forma estratégica
A transição para o modelo escritural exige mais do que tecnologia. Envolve também processos, governança e cultura organizacional. Alguns passos importantes:
- Mapear os fluxos de emissão e recebimento de duplicatas: entender quais fornecedores já usam o modelo escritural e quais ainda operam em formatos antigos.
- Monitorar títulos emitidos contra o CNPJ: usar ferramentas que permitam visibilidade em tempo real sobre duplicatas emitidas, mesmo sem ciência direta.
- Automatizar a conferência dos dados: validar o que foi emitido com o que está registrado nos sistemas internos e integrar com os sistemas de contas a pagar.
- Educar fornecedores: muitos fornecedores ainda desconhecem os novos procedimentos. A transparência na comunicação e a orientação são fundamentais.
- Criar uma política clara de gestão de duplicatas escriturais: definir responsáveis, controles e protocolos de aprovação e conferência.
A duplicata escritural é uma realidade irreversível — e, quando bem implementada, traz ganhos concretos de segurança, conformidade e eficiência. Para isso, é essencial que as empresas revisem seus processos, invistam em integrações inteligentes e fortaleçam sua governança fiscal.
Vale lembrar que a duplicata escritural tem força de título executivo. Isso significa que ela pode ser protestada judicialmente mesmo sem o conhecimento da empresa. Ter visibilidade em tempo real sobre o que está sendo emitido contra o seu CNPJ e garantir que o pagamento seja feito ao credor correto não é apenas uma boa prática — é uma medida de proteção.
Executar esse controle de forma manual representa um esforço operacional elevado e um risco considerável, especialmente diante das mudanças trazidas pela duplicata escritural. É nesse cenário que a V360 se destaca como uma plataforma completa de gestão fiscal, já adotada por grandes empresas no Brasil. Para entender como ela tem apoiado organizações nessa transição, confira a websérie exclusiva da V360 no YouTube, com tudo o que você precisa saber sobre duplicata escritural e os impactos da Reforma Tributária.
A transição para o modelo escritural já está em curso. Estar preparado agora é o que separa as empresas que lideram das que terão que correr atrás depois.