Centro de Serviços Compartilhados: uma alternativa para a aceleração de startups

*Por Cátia Pereira, Diretora Vice-Presidente Comercial e de Parcerias da Associação Brasileira de Serviços Compartilhados (ABSC)

Todos nós sabemos que startups são empresas jovens que buscam a inovação em qualquer área ou ramo de atividade, procurando desenvolver um modelo de negócio escalável, que seja repetível e que gere valor para os clientes. Isso significa que, com o mesmo modelo econômico, a empresa pode alcançar muitos clientes e gerar lucros em pouco tempo, sem um aumento significativo dos seus custos. Numa tradução mais simples, startup é um modelo ágil de negócio com crescimento acelerado e soluções inovadoras e disruptivas.

Este fator de inovação permite à startup atuar em um mercado incerto, ou seja, onde ainda não exista público-alvo totalmente definido, ou até que o mesmo esteja satisfeito com as principais marcas e soluções atuais. Diante desse cenário desafiador, se torna muito importante investir em estratégias adequadas para acelerar seu crescimento e viabilizar ganhos maiores. Para isso, é necessário conhecer as inovações e as tendências do mercado para que consiga se diferenciar e ganhar destaque em seu campo de atuação.

É a partir dessa prerrogativa que os Centros de Serviços Compartilhados (CSC) tem sido aplicado como uma estratégia multifuncional para unificar processos, em que cada departamento cuida exclusivamente de um único tipo de produto ou serviço. Ou seja, este modelo de gestão viabiliza maior ganho da produtividade com menor investimento possível. Com o CSC é possível fundir departamentos de diferentes empresas que, além de oferecer um serviço padronizado, proporcionará mais clareza sobre funções duplicadas ou excesso de recursos despendidos em determinada área, por exemplo, como também realocar o capital humano para atividades mais estratégicas.

Processos back-office 

Essa conjuntura levou (e tem levado) inúmeras startups a usar como modelo de negócio a estratégia de unificação de processos back-office, como é o caso de startups voltadas para a automação.  

A padronização de processos proporcionada pela implantação do CSC, promove a redução de perdas nas atividades, facilita a comunicação entre funcionários e clientes, bem como, fortalece a cultura da empresa. Mas, como uma startup pode se valer dessa metodologia? 

Para responder esse questionamento, quero compartilhar algo que vivenciei no Planejamento e Estruturação do Global Business Center da Ball na América do Sul. Na época da criação do CSC precisávamos de uma habilitadora de transformação digital para organizar e agilizar os processos que tínhamos dentro da companhia. Essa necessidade levou um parceiro interno a criar uma empresa para atender as demandas e, como retorno, se especializou em software de RPA. Isso foi uma oportunidade para esta startup acelerar o seu negócio. 

Tal experiência me leva a afirmar que independentemente do tamanho da empresa, ela pode ser um ambiente favorável para a incubação e aceleração de startups porque elas entregam soluções que são aplicáveis para os CSC’s, pois possuem uma grande habilidade de construir, remodelar, unificar processos contínuos, já que a demanda não nasce de forma estruturada. A startup vive o problema para construir a solução.

Hoje, em plena era da disrupção com a transformação digital, os CSC’s ganharam maior importância no que tange aos impactos das tecnologias inovadoras, como robótica, inteligência artificial, blockchain, data analytics e business intelligence (BI), que passam por eles tornando-os verdadeiros polos de inovação que podem servir de inspiração para muitos.

É desse universo de possibilidades que as startups podem se beneficiar, porque existe redução de custos, padronização de serviços, transparência de comunicação, facilidade na tomada de decisões, além da segurança e credibilidade que os CSC’s refletem tanto para o colaborador interno como para os clientes.

Para as startups que já estão na estrada, a dica é não perder a sua essência, olhar para a solução, ouvir o cliente, ser ágil e agregar valor para quem o está contratando. E para quem está iniciando agora, o conselho é saber buscar o parceiro certo que oferecerá um ambiente adequado para a incubação dessa startup, possibilitando seu crescimento e fortalecendo o seu campo de atuação. 

(*) Cátia Pereira possui mais de 26 anos de experiência no setor financeiro, com passagens por grandes empresas nacionais e multinacionais. Cátia possui experiência em Operações de Trade Finance, Operações Estruturadas, Captação de Recursos, Cash Management, Reestruturação Financeira, Planejamento Financeiro e Criação de Centro de Compartilhamento de Serviço. Gerenciou duas implantações de ERP – SAP na Tesouraria e a implantação de um sistema de gerenciamento de risco financeiro.

Com sua formação Lean Black Belt atuou fortemente em melhoria e automação de processos, base para o Planejamento e Estruturação do Global Business Center da Ball na América do Sul. Atualmente, é Diretora Financeira para a América do Sul da Ball Corporation, empresa do ramo de embalagens, e Diretora Vice-Presidente Comercial e de Parcerias da Associação Brasileira de Serviços Compartilhados (ABSC).

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